ACERVOS PARA CONSULTAR SEM SAIR DE CASA

Na edição nº 59 da Revista Minas Faz Ciência, a reportagem especial sobre Coleções tratou da importância desse costume de coletar, ordenar e guardar objetos – atividade que está diretamente ligada ao acesso e ao desenvolvimento da Ciência.

Já na edição mais recente da MFC, a reportagem de capa trata da Ciência Aberta, que é a possibilidade de disponibilizar, na internet, conteúdos relacionados a pesquisas científicas, a fim de que qualquer pessoa possa contribuir e ampliar a pesquisa.

O que essas duas reportagens têm em comum?

A disponibilidade de acervos de museus e coleções em formato digital na internet é cada vez mais comum e contribui para a ampliação das pesquisas, superando as barreiras geográficas que, muitas vezes, impedem o pesquisador de ter acesso ao conteúdo de seu interesse.

Mais do que fazer uma “visita virtual”, por salões dos museus mais famosos do mundo (como no site do Museu do Louvre, do Museu Britânico, da Capela Sistina, ou do Museu Casa de Portinari, no Brasil), passamos a ter acesso a documentos digitalizados, alguns muito raros ou extremamente importantes para a história mundial, que nem sempre estão em exibição para quem vai aos museus presencialmente.



Acervos e documentos digitalizados, ao alcance de um clique. Foto: © Julian Ward/Corbis
A maioria dos museus é também local de pesquisa e guarda acervos documentais. O Museu Nacional, por exemplo, localizado no Rio de Janeiro, possui uma página que é fruto do projeto “Implantação do laboratório de digitalização, edição e disponibilização em meio eletrônico de In-Fólios e Obras Raras do Museu Nacional/UFRJ”, coordenado pelo professor Sergio Azevedo e financiado pela FINEP.
O objetivo do projeto é digitalizar e disponibilizar via internet o acervo de obras raras da Biblioteca do Museu Nacional, UFRJ. Essas coleções formam um patrimônio de referência indiscutível nas áreas de ciências naturais e antropológicas. A reprodução em meio digital do primeiro volume dos Arquivos do Museu Nacional, publicado em 1876, foi o ponto de partida para a difusão do conteúdo do acervo raro para a comunidade científica e para o público em geral. Os arquivos podem ser baixados na página.

Na Fundação Getúlio Vargas, o Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil (CPDOC) mantém em seu site um extenso acervo de documentos, áudios e imagens relacionados ao nosso país. Há desde arquivos pessoais de figuras anônimas (colecionadores, talvez!) ou importantes representantes da história nacional até depoimentos colhidos por meio da metodologia da História Oral. A maior parte do acervo do CPDOC está disponível para download no site da instituição.

Por experiência própria, sei o quanto esse acesso rápido, pela internet, pode facilitar a vida do pesquisador e favorecer os melhores resultados de pesquisas. Durante o mestrado, resgatei a história de um jornal centenário da minha cidade natal, Petrópolis (RJ). Com tristeza eu frequentava o setor da Biblioteca Municipal que não tinha condições adequadas para guardar tantos documentos preciosos sobre a história da cidade e da sociedade brasileira. Hoje, o Museu Imperial de Petrópolis disponibiliza alguns documentos em seu site, para consulta on-line. Tão bom seria se mais acervos estivessem disponíveis para consulta de maneira gratuita e on-line.

Em Minas Gerais, é possível acessar os documentos do Arquivo Público Mineiro emwww.siaapm.cultura.mg.gov.brNeste link do site da Funarte há uma lista de acervos disponíveis gratuitamente para consulta digital. Se você conhece outros acervos on-line gratuitos, deixe a dica nos comentários! ;)

Produção de cuias no Pará vira patrimônio cultural brasileiro

Atividade foi reconhecida, assim como o Círio e o Carimbó.


Reportagem mostra o processo de produção das cuias.



A produção artesanal das cuias usadas tradicionalmente para tomar tacacá ou açaí no Pará foi transformada em patrimônio cultural brasileiro. O reconhecimento do trabalho feito por mulheres de comunidades ribeirinhas da região do baixo amazonas foi comemorado. O costume foi herdado de tribos indígenas.


No Ver-o-Peso, as tradicionais se chamam pitinga. Já as de coloração preta se chamam cuia, apenas, e podem vir com suporte ou desenhos. Grandes ou pequenas, são as campeãs de venda na barraca de Alonso Santos. "Tem muita utilidade, por causa do tacacá, do mingau e outros trabalhos de artesanato".


Produção


A prática é toda artesanal. Os primeiros registros são, segundo historiadores, do século XXVI. A arte surgiu em Monte Alegre, no oeste do estado, e a maior produção, atualmente, fica em Santarém. Em média, são três dias de preparação. O fruto da cuieira é partido ao meio e depois deixado para amolecer na água. Então, a cuia é exposta ao sol para começar o tingimento com o pigmento natural chamado cumaté, extraído do axuazeiro. Em seguida é colocada em uma espécie de cama preparada com uma camada de areia e cinzas.
As cuias são colocadas de boca para baixo e abafadas com um pano ou lona, e ficam assim por seis horas. Depois, elas ganham ainda mais valor com os desenhos indígenas. "A gente tenta manter em cada cuia o desenho de uma etnia específica, então tenho cuias com etnia kaiapó, marajoara, cada uma representa uma etnia diferente", explica o artista plástico Turaj Sharif.


O modo de fazer tão tradicional que ganhou reconhecimento nacional no último dia 11 de junho, quando passou a integrar a lista de patrimônios culturais brasileiros, onde, do Pará, já foram incluídos duas grandes manifestações: o Círio e o Carimbó. "A partir do registro, desse reconhecimento, existe a possibilidade do desenvolvimento de ações de valorização, de difusão do bem cultural", avalia o antropólogo Cyrio Luis.
"O tacacá na cuia tem um outro sabor, muito melhor, cuia é uma coisa natural", afirmou o professor Luis Fernando.



Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/06/producao-de-cuias-no-para-viram-patrimonio-cultural-brasileiro.html

II Seminário Brasileiro de Museologia


Museu do Homem do Nordeste November 16, 2015 – November 20, 2015

A Rede de Professores e Pesquisadores do Campo da Museologia em seus V e VI Encontros anuais, ocorridos em 2012 em Petrópolis e 2013 no Rio de Janeiro, respectivamente, idealizou o Seminário Brasileiro de Museologia – SEBRAMUS.

A primeira edição do Sebramus ocorreu em 2014 e foi realizada na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, entre 12 e 14 de novembro de 2014.

Esta segunda edição, que ora apresentamos ao público, será realizada na cidade do Recife, entre 16 e 20 de novembro de 2015. São co-organizadores do evento, juntamente com a Rede de Professores e Pesquisadores do Campo da Museologia, a Universidade Federal de Pernambuco e a Fundação Joaquim Nabuco, que hospedará o evento no Museu do Homem do Nordeste.

Para esta edição mantêm-se o desafio de construir um evento que possa ser representativo de todas as áreas da Museologia, agregando professores e pesquisadores do Campo em um espaço de construção solidária e dialógica da Museologia no cenário nacional.

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III Seminário Internacional Ciência e Museologia: Universo Imaginário



O tema da terceira edição do Seminário Internacional Ciência e Museologia: Universo Imaginário é Tecnologia: Informação, Documentação, Patrimônio

A partir das constatações e do resultado positivo do I e II seminário internacional “Ciência e museologia: universo imaginário”, os pesquisadores do grupo de pesquisa e estudos do MUSAETEC colocaram como desafio para o III seminário, a discussão das relações entre ciência da informação, documentação em museus, ontologias, museologia, patrimônio, inteligência de Estado, tecnologia, arquivos, bibliotecas, ciência e arte. Experiências do Canadá.

O MUSAETEC tem parcerias com a Memória do Judiciário Mineiro (MEJUD/ TJMG), o grupo de pesquisa EICIS- FACE- UFMG (pesquisa em empreendedorismo, inovação, conhecimento, inteligência e sustentabilidade).

Homenagem à  Educadora, Cientista, Escritora, Profa. Dra. Virgínia Torres Schall

Belo Horizonte, 14 a 17 de setembro de 2015
Local: Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) - Rua Goiás, 229 - Centro - Belo Horizonte - MG - Brasil

Veja a programação
http://musaetec.com/seminario/

Goiânia 2015



A Sociedade de Arqueologia Brasileira tem a satisfação de convidar para o XVIII Congresso da SAB – Arqueologia para Quem?, evento que ocorrerá de 27 de Setembro a 02 de outubro de 2015, no Campus I da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, na cidade de Goiânia, Goiás.

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Bolsas de pesquisa



A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) lançou edital oferecendo bolsas de pesquisa para profissionais com graduação completa, mestrado ou doutorado. As áreas disciplinares incluem um largo espectro das ciências humanas e das sociais aplicadas, além de letras e artes, museologia, arquivologia, biblioteconomia e arquitetura.

As inscrições para o Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento Técnico e Científico na área da Cultura vão até 19 de julho e deverão ser feitas por meio eletrônico. Os arquivos, com a documentação requerida para efetivar a inscrição, deverão ser enviados para o e-mail inscricao.pipc@rb.gov.br

Conheça o detalhamento de todas as etapas do concurso no Edital para seleção de bolsistas. Para abrir o arquivo, é necessário instalar o programa Adobe Acrobat Reader.

Para informações sobre os projetos:
do Centro de Pesquisa: tels. 3289-8640/8641/8642
do Centro de Memória e Informação: tels. 3289-8662

Abertura de novos mundos

Andréia De Bernardi Coordenadora geral do programa Vamos ao Museu?


PUBLICADO EM 28/06/15 - 03h00

JOYCE ATHIÊ
Vencedor do Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus, disputado por mais de 130 projetos de diversos países, o programa Vamos ao Museu? nasceu do desejo de ampliar o acesso à cultura e propõe novas formas de olhar para uma exposição. Para conhecer a iniciativa, o Magazine conversou com a idealizadora do projeto e discutiu sobre a arte no processo educacional.


Qual foi o contexto da arte educação que motivou a criação do Vamos ao Museu?
Eu trabalhei como educadora em museus durante muitos anos recebendo o público e, nesse trabalho, eu percebia que os grupos chegavam muito desinformados, sem orientação alguma sobre o que viriam ou fariam no lugar. Mesmo os professores que acompanhavam as visitas não tinham informações sobre as exposições, uma carência que representa a realidade das escolas, no preparo de alunos e professores para o encontro com obras artísticas e espaços como museus e centros culturais. Pensando sobre o assunto, em 2006 fizemos um projeto piloto que pudesse atender a essa carência e que pudesse sensibilizar o olhar, antes, durante e depois de uma visita a alguma exposição. Logo na primeira edição, que realizamos com uma escola pública em Nova Lima, fomos finalistas do Prêmio Arte na Escola Cidadã e isso nos deu impulso para dar continuidade ao trabalho que está quase completando dez anos, hoje, dependente de patrocínios e editais.

Em que consiste o projeto?

Nós escolhemos então escolas a partir de alguns critérios, como, por exemplo, a localização. Escolhemos aquelas que estão distantes dos centros culturais, centros de memória e, dentro das escolas, buscamos as turmas que tiveram menores chances de ter contato com estes espaços. A quantidade de turmas selecionadas depende do nosso fôlego financeiro, mas ficamos entre duas ou três turmas por edição do projeto. Antes de levarmos os alunos a uma exposição, realizamos dois encontros de sensibilização com eles, já trazendo elementos que serão trabalhados nas etapas seguintes, como o contexto sociocultural do artista em questão. Cada edição tem um museu ou centro cultural parceiro e, assim, trabalhamos de forma diferente a cada turma porque a gente tenta adequar o perfil dos alunos, do contexto onde moram e do entorno em que vivem e também dos elementos que podem ser explorados na exposição. Na edição de 2015, fomos ver “Kandinsky – Tudo Começa Num Ponto” e, nesta etapa inicial, trabalhamos fábulas russas com os alunos, explicamos os ciclos cromáticos, como as cores se formam, trabalhamos com as formas geométricas e também orgânicas, lembrando a linguagem abstrata de Kandinsky.

E como é feita a visitação?
Antes de levar os estudantes, nós fazemos um encontro com os educativos das exposições para estudarmos e combinarmos com os educadores os roteiros e abordagens. Assim, conseguimos instigar os alunos a observarem as obras, sem desconsiderar a bagagem deles, o que já viveram e criar um vínculo, um elo, para que eles entendam que a cultura não é para poucos. Todos podem dialogar com as obras de arte a partir do seu próprio lugar, despertar para suas próprias impressões e conclusões. Na visita, a gente dinamiza o trabalho e, quando a gente volta para a escola, a gente propõe trabalhos plásticos: gravura, pintura, fotocolagem. As pesquisas nos mostram, e nós também percebemos isso, que as pessoas têm pouco contato com manifestações artísticas, especialmente em museus e galerias. A arte no processo educativo não é tão priorizada como deveria. Apesar das mudanças, estamos engatinhando. A subjetividade, a imaginação e, sobretudo, a expressão, ficam em segundo plano na educação formal. E o que a gente sente do trabalho é um retorno muito positivo porque esta é uma oportunidade única da pessoa estar nesse lugar de fruição artística e de poder experimentar, sentir, falar e ser ouvida.

Como avalia o trabalho dos educativos?
Tenho visto um aprimoramento muito significativo de todo o trabalho realizado pelos educadores de museus. Vemos essa atividade sendo valorizada e é mesmo importante que tenha maior valor porque são os educadores que estão em contato direto com o público, eles é que realizam as pesquisas sobre as diversas formas de abordar uma exposição. Os grandes museus e centros culturais trabalham com a abordagem do diálogo em vez da visita guiada. O guia tem sido substituído pelo mediador e pelo educador porque é mais rico conversar e deixar que o público fale sobre o que está vendo, imaginando. Este formato visita-palestra está deixando de existir. Os educativos dos espaços da cidade estão cada vez melhores por causa dessa valorização da profissão. As pessoas ainda têm medo e vergonha de falar sobre a experiência da visita porque acham que aquilo não é para elas, que elas não entendem de arte. Mas quando a gente se coloca disposto a ouvir e valida a fala de um aluno, ela passa a se encorajar. Uma colcha de retalhos da avó, por exemplo, pode ser uma referência visual validada dentro do museu. Os educativos estão fazendo isso, permitindo esse tipo de associação.

E como os professores são inseridos dentro desse trabalho?
A gente percebe muitas deficiências na educação. Por isso, em paralelo ao trabalho com os alunos, nós também fazemos encontros com os professores, discutindo com eles conceitos de cultura, território educativo, fazemos com eles uma sensibilização e o educador da exposição apresenta metodologias e abordagens que o professor vai poder aplicar em qualquer outra visita que acompanhar. O educador também precisa ter oportunidade de formação porque a escola não oferece. Essa não é uma prerrogativa das políticas públicas. Então o professor tem a oportunidade de ver com a gente, seus pares, formas de abordar as artes com seus estudantes e poderem ser multiplicadores do projeto, realizando outras visitas e oficinas com os alunos.

Como avalia a experiência dos alunos durante a visita? Eles se sentem representados nestes espaços?

Essa é uma questão muito discutida, sobretudo no Circuito Cultural Praça da Liberdade porque os espaços são pomposos, assim como o Palácio das Artes. As pessoas acham o que o espaço não é para elas, que para entrar ali precisam usar determinado estilo de roupa, precisam se comportar de modo que não estão muito acostumadas. São espaços em que as pessoas falam baixo, andam devagar e isso tudo é muito diferente para elas. As instituições muitas vezes amedrontam o público do lado de fora, mas quando elas são convidadas a entrar, descobrem que aquele lugar é público, tem atividades gratuitas e também pode ser utilizado por elas. O projeto Vamos ao Museu? trabalha nesse sentido de abrir essas portas. Esse trabalho tem sido feito também por outras iniciativas que buscam o visitante não habitual. Mas eu acredito muito na escola, esse lugar de descoberta do mundo. As escolas precisam cumprir esse papel de estímulo aos alunos para que circulem por esses espaços porque isso significa uma abertura de mundo. E quanto à representação desses públicos nesses espaços, essa é outra grande questão que depende muito da exposição e também do ponto de vista em que a exposição é trabalhada. Vejo estas instituições abertas para as cultura que estão fervilhando na periferia. É embrionário ainda, mas vejo que há muitas possibilidades para que isso evolua.

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A XILOGRAVURA DE RUBEM GRILO

Ficha técnica
Gênero: Documentário.
Palavras-chave: Xilogravura; diálogo com a matéria; série; observação sensível; história do Brasil; imaginário fantástico; artista e sociedade.
Foco: Processo de Criação.
Tema: O trabalho do gravurista Rubem Grilo.
Artistas abordados: Rubem Grilo, Lívio Abramo, Marcelo
Grassmann, Oswaldo Goeldi, Lasar Segall, Munch.
Indicação: 7a e 8a séries do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Direção: Sarah Yakhni.
Realização/Produção: Rede SescSenac de Televisão, São Paulo.
Ano de produção: 2000.
Duração: 23’.
Coleção/Série: O mundo da arte.

Sinopse

Visitamos o artista Rubem Grilo, nascido em Minas Gerais, em sua casa e ateliê de xilogravura, no Rio de Janeiro. O artista nos expõe seu percurso criativo e comenta obras suas de diversos períodos. Fala de como se estrutura o seu pensamento gráfico e aponta, em alguns de seus trabalhos, analogias com a linguagem das histórias em quadrinhos e do cinema. Desde 1973, suas obras são também publicadas na imprensa brasileira.

O crítico de arte Wilson Coutinho comenta os aspectos simbólicos e políticos de sua obra, ressaltando sua dedicação à tradição artesanal da arte da gravura. Destacamos a possibilidade de acompanhar de perto sua demonstração do processo de criação de uma xilogravura, desde seu desenho inicial, o preparo e a gravação da matriz, até o entintamento e a impressão da cópia no papel.